Glória Pires premiada por papel lésbico

Do escaldante verão lusitano viajámos para o friorento inverno gaúcho, no Rio Grande do Sul, para acompanhar a 41ª edição do festival do Gramado, seguramente um dos festivais de cinema mais importantes do Brasil. Para além de Glória Pires, é de salientar a presença do astro Wagner Moura, mas também de Lima Duarte e de Maria de Medeiros, a apresentar o seu filme documentário 'Repare Bem', sobre a ditadura militar no Brasil.

Por Paulo Portugal, no Brasil - Correio da Manhã

O Festival do Gramado, que decorre de 8 a 18 de agosto, na cidadezinha de Gramado, com forte influência alemã, começou com uma homenagem à atriz Glória Pires e a entrega do troféu Oscarito, já atribuído a famosos atores brasileiros como Betty Faria, Reinaldo Faria, Fernanda Montenegro ou Zezé Motta. Um prémio destinado a premiar a interpretação marcante no filme biográfico de Bruno Barreto, 'Flores Raras', sobre a relação lésbica de 15 anos entre a arquiteta paisagista brasileira Lota Macedo Soares (Glória Pires), importante na cena cultural carioca, entre os anos 40 e 60, e a poeta americana Elizabeth Bishop (Miranda Otto), vencedora do prémio Pulitzer em 1956.A atriz que se tornou conhecida em Portugal pelo protagonismo marcante nas novelas 'Cabocla' (1979), 'Mulheres de Areia' (1993) ou 'Anjo Mau' (1997), acabaria por dedicar o prémio ao pai Antônio Carlos, justamente, na véspera da comemoração do 'Dia dos Pais' no Brasil."É uma honra fazer parte desse panteão", agradeceu a atriz sublinhando já conhecer "o público gaúcho" que considerou "muito caloroso". Ela que já rodara na região o filme 'Quatrilho' (1995) e a mini série 'O Tempo e o Vento' (1985). 'Flores Raras' estreia na próxima semana no Brasil.
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